#9 – don’t cry for me, markinho
sobre abandonar as redes sociais e ter tempo livre de qualidade
saída à francesa
vinte de março. esse foi o prazo dado por mark zuckerberg para que eu me arrependa de ter excluído o instagram. não é a primeira vez que deixo markinho na pista, mas talvez seja a definitiva (sim, corro o risco de cuspir para o alto e acertar minha própria testa). na ocasião anterior, vários amigos (ok, nem foram tantos assim) me procuraram para dizer que não conseguiam me mandar mensagem porque o meu perfil havia sumido. agora, o silêncio foi tumular.
já não postava com frequência. quando muito, um story aqui e outro acolá (quase sempre destacando a nova edição da newsletter). não fiz textão de despedida avisei que sairia. apenas me retirei, bem à francesa. aconteceu, pois, o previsível: ninguém deu falta de mim.
tivesse problema de autoestima, talvez se agravasse e me levasse ao divã de um psicólogo. felizmente, não é o caso. o sintoma aqui me parece outro e não está relacionado a mim: o instagram deixou de ser uma rede social. está todo mundo lá (ou quase), mas ninguém interage. no feed então... você rola a tela infinitamente e vê pouquíssimo conteúdo dos amigos (e nem adianta marcar como favoritos), só a chuva de publicações patrocinadas; é surra de marcas, coaches, toda sorte de influencers e bichos fofinhos.
o xis da questão
o fato de não ter sido procurado por ninguém aumentou a certeza de que fiz a melhor escolha. adiava a ideia de me retirar do instagram por acreditar que poderia perder uma publicação relevante ou o contato com amigos mais distantes. é do jogo e fatalmente vai acontecer. porém, as vantagens me parecem maiores: diminuí drasticamente o número de vezes em que destravo a tela do celular, não passo raiva com conteúdo indesejado, não rolo infinitamente a tela com a vã esperança de achar trigo em meio a tanto joio, nem perco parte significativa do meu tempo livre. mó paz.
tentei o mesmo expediente no xuiter, que ficou ainda mais insalubre depois da mudança de comando (e de nome). não consegui, porque – para logar na minha conta, há muito abandonada – preciso informar um código da verificação em duas etapas que nunca chega. a alternativa, que seria um aplicativo autenticador, também não funciona. e, desde que o passarinho azul morreu, não há mais suporte aos usuários gratuitos. fico por lá até resolver esse b.o.
se você gostou desta newsletter, que tal dizer isso ao mundo?
enquanto eu não volto...
você pode aproveitar para curtir estas dicas:
🎬 a noite que mudou o pop, documentário de bao nguyen (netflix)
🎧 staring at the wall, clipe de norah jones
🎧 mustang, clipe de kings of leon
🎧 space in my heart, música de enrique iglesias e miranda lambert
📝 envelhecer, newsletter de andrea
📝 tome um pedaço de mim, newsletter de aline valek
tem outra dica legal? só mandar!
por hoje é só. até mais!
Eu gostei. Muito.
O xuitter está terrível e isso me entristece bastante porque já foi uma rede bem bacana. No Insta, xovens têm feito perfis secundários e “secretos” há algum tempo. Lá a rede ainda vive.